Prevenção de Precisão em Oncologia: Projeto CoDiGO
Sumário: Esse é um projeto que integrará dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais de milhares de pacientes com dados genômicos, visando criar escores poligênicos para individualizar a prevenção de precisão em oncologia.
Por que será feito? Os métodos de prevenção do câncer são utilizados para certos tipos tumorais, mas ainda são realizados praticamente do mesmo modo para todos as pessoas. Assim, pessoas com maior risco de desenvolverem câncer podem não estar recebendo todo investimento em prevenção necessário e pessoas com menor risco, mais do que o necessário. Uma das maneiras propostas para modificar esse cenário é o uso da soma dos fatores hereditários (chamado de escore poligênico) para identificar pessoas com maior e menor risco. O uso desses escores faz parte de um ramo de medicina de precisão ainda pouco explorado: a prevenção de precisão.
Como será feito? Para identificar pessoas com maior e menor risco de desenvolverem câncer, iremos identificar os fatores hereditários através de genotipagem (achar a sequência de milhões de variações no genoma que todos temos) e comparar esses fatores entre pessoas que tiveram câncer e pessoas controles. Esse tipo de estudo é realizado há mais de 10 anos no mundo, mas são raros no Brasil pelo seu custo de milhões de reais por tipo tumoral. Pela diversidade genética da nossa população, estudos europeus e norte-americanos não podem ser extrapolados para o Brasil. Nesse projeto, propomos utilizar os dados clínicos do excelente cuidado dos núcleos de saúde básica pareado com coleta de material para genotipagem. Ao final, teremos um grande banco de dados clínicos, epidemiológicos e moleculares para responder questões de oncologia e outras áreas. Mais especificamente, iremos recrutar 15.000 pessoas, para avaliar vários tipos de câncer de uma só vez, reduzindo tempo necessário e investimentos para gerar os dados necessários para levar a prevenção de precisão em oncologia para a população brasileira.
Quais são os resultados esperados e o impacto para a população brasileira? Fatores hereditários específicos para a população brasileira serão identificados, o que permitirá criar escores poligênicos específicos para nossa população. No futuro, esses escores permitirão identificar quem são as pessoas que precisam de rastreamento mais intenso ou não precisam de rastreamento para câncer, o que terá grande impacto na racionalização dos recursos de saúde tanto públicos como privados.
Como será a participação dos núcleos? Os pacientes serão recrutados nos núcleos, em qualquer atendimento, para preenchendo do TCLE. Iremos coletar os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais diretamente do prontuário dos pacientes. Quando houver coleta de sangue para exames para um paciente recrutado, tubos extras serão coletados para extração de DNA. Esses tubos serão direcionados ao Laboratório Translacional de Oncologia, aonde iremos extrair o DNA e realizar genotipagem.

O que será fornecido para os núcleos? Para realização do projeto, serão fornecidos equipamentos médicos e de informática para inclusão dos pacientes. Cada núcleo irá receber: um computador, uma impressora multifuncional, seis tablets, mesa e cadeiras, dois esfigmomanometro e uma balança digital.
